sábado, 1 de maio de 2010

Respeitável Público


O teatro fascina qualquer um, to mentindo? Era o povo cantando livremente ao ar livre...o povo era o criador e o destinatário do espetáculo teatral...
Era uma festa em que todos poderiam livremente participar. mas a aristocracia estabeleceu divisões. Algumas pessoas iriam ao palco e só elas poderiam representar. Enqto que as outras pessoas permaneciam sentadas, receptivas e passivas. Estes seriam os espectadores, a massa, o povo. E para que o espetáculo pudesse refletir eficientemente a ideologia dominante, a aristocracia estabeleceu uma nova visão...alguns atores seriam os protagonistas (aristocracia, é claro!) e os outros demais seriam o coro, de uma forma ou de outra, a massa.
"O Sistema Trágico Coercitivo de Aristóteles" nos ensina o funcionamento deste tipo de teatro. Depois a burguesia transformou estes protagonistas...deixaram de ser objetos de valores morais e passaram a ser sujeitos multidimensionais, individuos excepcionais, igualmente afastados do povo como "novos aristocratas". Esta poética da tal "Virtù" de Maquiável.
Atualmente o que ocorre é a destruição dessas barreiras criadas pela classe dominante. Primeiro se destrói a barreira entre atores e espectadores. Todos nós protagonizamos no palco para as reais transformações da sociedade. Depois se destrói as barreiras entre os protagonistas e o coro...todos devem ser, ao mesmo tempo, protagonistas e o coro... é o sistema coringa....
É assim que tem que ser a poética do oprimido sugerido por Brecht.
É a conquista dos meios de produção teatral.
À vocês protagonistas e coros...que encantam e faz a diferença na sociedade.... à você trabalhador só desejo "Merda todo dia" e que "quebrem a perna"